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Sobre o QDay Conference 2015 
   

A 8 dias do QDay e a 18 das legislativas...

ESTRATÉGIA, procura-se!

Procurámos em todos os debates e em todos os escritos de ontem sobre a campanha eleitoral e não vimos a Estratégia ser falada em nenhum lugar.
Não há debates sobre estratégia, apenas estratégias para o debate.
É certo que há pontos estratégicos nas respostas a algumas questões, em particular às colocadas pela Visão (a última, relativa ao Desemprego “provocado pela Automação”). Mas não motivam reflexão, não provocam contradições, não caminham para consensos, não assumem a forma de uma estratégia (“um procedimento formalizado e articulador de resultados”, diz a wiki).

A Estratégia da ausência de Estratégia

E, contudo, parece tão fácil, quando temos tantos “inimigos comuns” (desemprego, emigração, impostos, desertificação), definir uma estratégia.
O saudoso mestre Simões Lopes, Reitor da Universidade Técnica de Lisboa quando esta função requeria uma elevada sensibilidade para as questões estratégicas e de desenvolvimento territorial, falava da “estratégia da ausência de estratégia” ou da “política da ausência de política”. Vale a pena relembrar as suas ideias, que em nada perderam atualidade.

A quem serve a ausência de uma Estratégia

A ausência de estratégia é muito cómoda para os maus decisores.
As suas decisões não têm de ser enquadradas, não têm de ser validadas, não se pode facilmente concluir que são más, apesar de serem tiros nos pés e de sabotarem os esforços de todos os outros atores económicos mais conscientes.
Não se pode, por exemplo, questionar imediatamente decisões que contrariem o objetivo estratégico de garantir que o país não volta a ser resgatado por credores internacionais (o que, como se lembrarão do QDay -10, é a proposta de objetivo estratégico que o QDay 2015 quer lançar).

BES e Novo Banco

O mais perto que a pré-campanha tem estado de falar sobre estratégia económica, é quando fala do tema BES / Novo Banco. Mas não é explorada a dimensão estratégica. Fica-se pelo “caso de polícia”. E será apenas um eventual caso de polícia? Expurgado dos antigos gestores e dos maus devedores, a atratividade do Novo Banco, o bom, não estará diretamente relacionada com a própria atratividade da economia portuguesa e do país? De um país sem uma estratégia clara para o futuro?
Não estará em causa apenas um banco, mas todos os bancos, todos os setores, todas as empresas. Pode não parecer, mas estamos fortemente interligados, todos os agentes económicos, nas expetativas que nos podemos reciprocamente oferecer. Por isso custa mais entender como fornecedores e soluções nacionais são tantas vezes excluídos das contratações de outras empresas nacionais.
Podemos até seguir casos exemplares de outros países (o Luxemburgo é um bom exemplo), onde empresas de vários setores se mobilizam em conjunto para abordar mercados internacionais.
Pegue-se em que tema se quiser, seria sempre possível acabar a falar de estratégia e de inteligência estratégica ou de inteligência competitiva.
Se não prevalecesse a ausência de estratégia como estratégia.

Gestão Inteligente

Neste caso do BES / Novo Banco, há também uma questão de Gestão Inteligente. Sistemas de informação específicos poderiam ter sido essenciais para determinar o valor efetivo do Novo Banco e, até, valorizar o seu património.
Contudo, os decisores não estão ainda suficientemente familiarizados com todo o potencial das novas tecnologias de informação. Por exemplo, com a capacidade da modelação rápida e geração automática de soluções inovadoras com o Genio da Quidgest.
Por um lado, os gestores não conseguem retirar informação adequada e fidedigna dos sistemas (packages) que têm instalados, que não foram feitos para dar resposta a estes contextos específicos (uma resolução a um banco de dimensão considerável). Por outro lado, pensam, porque é essa a sua experiência mais comum, que um sistema de informação desta complexidade demora anos a conceber, outros tantos a desenvolver e mais alguns a implementar. Tal era assim, mas há alguns anos que já não é.

Workshops do QDay

Nos workshops do QDay 2015 e em outros eventos, em particular no Seminário Tecnológico que a Quidgest realiza anualmente no princípio de Março, mostramos como as potencialidades de utilização do software de gestão estão a mudar radicalmente as experiências, as ambições, os objetivos e os resultados dos gestores mais capazes.
E, ao mesmo tempo, como estes gestores, mais atentos e mais inovadores, se diferenciam drasticamente dos menos competentes.

Na Quidgest, a automação cria emprego

Ainda a propósito da questão colocada pela Visão sobre o Desemprego, para além de ser muito duvidoso que a automação esteja perto de ser a principal causa de desemprego com que nos deparamos em Portugal, há o facto curioso de, na Quidgest, a automação (da produção de software) criar emprego.
O projeto Engenho4All apesar de não ter sido (ainda) apoiado pelos responsáveis pela promoção do emprego em Portugal, desperta muito interesse nos países europeus, a contas com um gap de 700 mil informáticos até ao final da década.

O desemprego generalizado é inevitável?

No QDay 2012, esta questão dramática, de a automação implicar o desemprego de grandes quantidades de pessoas, também já foi colocada.
Porém, a conclusão final do debate foi muito mais tranquilizadora. A automação vai permitir-nos prover mais necessidades.
E há necessidades, com valor económico, a que será sempre impossível responder totalmente:
  • a saúde, enquanto não vivermos eternamente e sem doenças;
  • o conhecimento, enquanto não soubermos tudo o que quisermos;
  • e o lazer, enquanto não o confundirmos integralmente com o trabalho (como diz o nosso orador Luís Vidigal, “deixando para os outros a decisão de saber se estou a trabalhar ou a divertir-me”).
Por isso, na Quidgest trabalhamos para aumentar todos os dias o grau de automação do desenvolvimento de software. Atualmente, a geração automática corresponde a 98% do código. Mas continuamos a investigar para ultrapassar este nível.

Discussão Pública Open Source 2020

Hoje, foi dia de discussão pública “POS2020 – Portugal Open Source 2020”, com a presença de representantes dos partidos políticos com assento parlamentar. Certamente antecipando alguns dos temas em discussão no painel 4 do QDay.
Como, para a Quidgest, a engenharia do software deixou de estar focada  no código, mas no modelo, de acordo com o conceito de Model Driven Development, temos uma posição agnóstica em relação ao Open Source.
Também não compreendemos como soluções ferozmente proprietárias e nada abertas são escolhidas, com a argumentação de que se suportam em pequenas componentes open source.
Porém, pelo reduzido impacto que pode ter no desenvolvimento da economia nacional, temos dúvidas que esta seja a melhor via de valorizar as nossas competências coletivas. Ao invés, esta valorização passará mais facilmente pela produtização das soluções nacionais de software, dando a origem a portefólios completos, como o do novo catálogo que a Quidgest divulgará no QDay.
 
Com os melhores cumprimentos
João Paulo Carvalho

 

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